quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Leituras do Carnaval


Quarta Feira de Cinzas, eu aqui em casa programando o trabalho para amanhã e meditando sobre minha performance no carnaval, e ainda sobrou tempo pra pensar em alguns pontos:


Se vc pesquisar algumas obras de sociólogos e filósofos de algum tempo atrás, coisa de décadas, poderá perceber que as expectativas sobre o destino do capitalismo é mais ou menos esta:
Com o capitalismo o distanciamento das classes sociais é inevitável e infelizmente tende cada vez mais a aumentar. Desprovidos de oportunidades, o número de excluídos aumenta perigosamente. Eles serão completamente marginalizados e esquecidos dos donos do poder . Produzem coisas que não tem sequer condições de comprar e que só servem aos burgueses.

O carnaval brasileiro principalmente em seus principais pontos não foge a esta regra. Uma grandiosa festa onde a grande massa serve apenas de mão de obra barata, para o conforto e diversão de uma pequena elite.

A Marquês de Sapucaí é o maior exemplo: Os melhores lugares custando centenas de reais, os camarotes milhares, Os poucos lugares populares e ainda assim caros isolam os menos favorecidos na concentração e dispersão. Uma cena que mostra a verdadeira face da Marquês de Sapucaí no domingo e na segunda: Pessoas não fantasiadas mais sim uniformizadas, carregando não o estandarte da escola mais sim uma vassoura. Entre uma varrida e outra sambam na rabeira das Escolas. Enquanto recebe aplausos, por uma cambada de hipócritas que dominam as cadeiras de pista.

E pensar que já foi a festa da inversão, onde o do morro desfilava na avenida de asfalto e o do asfalto se pendurava no alto da arquibancada.


Dizem que em Salvador os negros representam 80% da população. Mas pelas tomadas que vi na TV do carnaval as pessoas pareciam oriundas da festa do chop de Blumenau. Por acaso os negros baianos se escondem no carnaval, ou existe algum tipo de campanha querendo mostrar uma Bahia branca?

Num programa chamado Lual da MTV gravado na Bahia, o quadro era o mesmo 90% dos participantes da platéia eram brancos. Os verdadeiros blocos folclóricos da Bahia com Ilê, filhos de Gandhi, as escolas de samba de Salvador não participam mais do carnaval?
Outra coisa inacreditável que li nos jornais é que artistas Pop's, roqueiros invadiram o carnaval de Salvador inclusive cantando suas músicas nos Trios, é realmente verdade?
Falaram de um trio que mistura ritmos de blocos afros, com música eletrônica procede esta informação?